quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Sevilla


Essa viagem demorou pra sair.. parece que tudo conspirava pra não irmos. Tanto é que adiamos a viagem por dois finais de semana seguidos, buuut até que enfim saiu! Fomos eu, Ariana, Lara, Lucas e a gaúcha que mora na nossa rua, a Adri. Alugamos um carro de novo e pegamos a estrada bem cedinho.
Lá era uma hora a mais que aqui, então acabamos perdendo uma hora de passeio em Sevilla, mas como tínhamos um roteiro organizado deu tempo de aproveitar bem J




Sevilla é uma cidade muito linda, muito charmosa.. aquelas janelas altas dos prédios feitos de pedra com aquelas sacadinhas encantadoras! Os chafaris no cruzamento das avenidas, as bicicletas, o metrô super moderno e as carroagens conduzidas pelos cavalos brancos!! Ah as carroagens! Sério, que coisa mais charmosa era aquilo! É surreal andar naquelas ruas de paralelepípedo em cima daquelas carroagens de cavalo branco com aquelas igrejas de arquitetura impressionante e cheias de detalhes como pano de fundo, ouvindo um típico som espanhol vindo da praça principal pra completar o clima. E não é imaginação minha, nao precisei fechar os olhos pra visualizar a cena. Pelo contrário, mantive os olhos bem abertos pra ver se eu acreditava naquilo. Meu espírito ainda nao aprendeu a não se deslumbrar com tudo. É fácil me fazer sentir como criança quando acha as pegadinhas do coelhinho pela casa (não desmerecendo a real beleza de Sevilla, é claro. Mas eu realmente me deslumbro com muita inocência em cada lugar novo que eu conheço). Sempre penso: será que um dia eu vou dar o real valor a tudo que eu to vivendo? Já sentia isso desde a India. É que vocês não sabem, mas eu tenho seguiduidamente a sensação de normalidade diante dessas situações.. não sei, mas as vezes tenho a sensação de que eu já estive nesses lugares, que já vivi essa experiência antes.. Talvez seja porque eu sonhei muito com isso e me imaginei milhares de vezes nessas situações. Mas apesar disso não deixo de me sentir encantada como uma nova invenção (Elis Regina que me perdoe, mas suas palavras caíram muito bem agora).






Tentamos nos deter aos principais pontos turísticos, mas as excursões de 3ª idade que me perdoem, mas vocês hão de concordar comigo que a melhor parte das cidades está na rotina delas, nas causualidades do dia-a-dia e não nos pontos turísticos que pousam bem de fundo pras fotinhos. Eu e o Lucas andando pelas ruazinhas enquanto o resto olhava a Igreja por dentro (não sou muito fã desse tipo de turismo.. prefiro turismo de bar, ver o que tem pra comer pra ser mais específica haha), achamos um murmurinho de gente em frente a um bar. Aí a Luiza grita: “Lucas! Paella de graça às 14:30h nesse bar!”; que horas são? 14:30h. Demorou! Hahah Entrou a Chinelagem de sobrenome Catiléias (esse é o nome da nossa república: As Catiléias) e honrou sua fama de puta pobre, agarrando desesperada o pratinho de Paella grátis no meio do povão (é na Europa também tem povão que perde a classe em dia de boca de livre! Aliás costumo sempre dizer que nao há diva que consiga manter a classe diante de uma boca livre). Recebi um tapa na mão e um “elogio” em espanhol que até hoje agradeço por não ter entendido o que exatamente aquilo significava. Só sei que cometi a maior gafe quando toquei naquele pratinho! Dei uma gargalhada beeem envergonhada, enquanto o Lucas tentou consertar pedindo uma cerveja. Aí o mocinho educado e zangado me mandou pedir uma cervaja pra mim também se eu quisesse provar a Paella. Tá né, manda uma. Quanto é? 1 euro. Tá, manda duas com duas Paellas. 4 euros! Como assim? Não era 1 euro a ceva? Não! 2 euros cada! Filho da **** De graça né Cláudia? E oh povo mal educado! Em todos os restaurantes (sim, frequentei mais de um, óbvio) e lojinhas (mais de uma, mais que óbvio) não teve uma vez que posso dizer que fui muito bem atendida. Sempre impacientes e estúpidos. E eu que achava que os portugueses fossem mal educados.. Ah! Mas são, também.
Mas a parte da Paella foi divertida! Aquele bar cheio de gringo rindo à toa, aqueles garçons suados, gritando feito uns italianos, todo mundo de pé bebendo cerveja: eu tava achando o máximo. Foda-se a perna que me passaram. Tava valendo muito mais do que 2 euros aquela cena de filme de comédia. Fora o fato de que a Paella tava uma diliiiiiiiça de lamber os beiço!

Ainda to pra descobrir algo que me deixa mais feliz do que comer comida típica em uma viagem..

Educado que só ele..



Depois encontramos as gurias que não conseguiram entrar na Igreja e foram almoçar. Adivinha o que! Uma Paella. Adivinha quanto! 2 euros! HAHAHAHA sim! Mas sem a mesma emoção. Imagina, elas até comeram sentadas tomando uma aguinha bem serenas. Não teve graça! Depois elas voltaram pra Igreja, enquanto eu e o Lucas (os que nao sabem apreciar cultura e arquitetura) sentamos na praça pra ouvir o tiozinho tocar um som espanhol delicioso! As músicas dele eram muito lindas. Só violão, muito prazeroso de ouvir. Isso sim pra mim é turismo!


Turistando

Depois dali fomos visitar a Torre de Ouro que ninguém quis pagar pra entrar. Decidimos sentar na beira do Rio Guadalquivir e assistir a mais um pôr-do-sol europeu. Valeu a pena. Sempre vale. Quando subimos até a ponte a vista ficou ainda mais linda, e os cadeados presos na ponte com os nomes dos casais fez um quadro perfeito pros enamorados, como os espanhois dizem. (Pena que eu não tinha um namorado ali na hora né.. “fuôôda-se” como dizem cá em Portugal. Até comentei que eu ia pôr o nome dos meus pais pra não perder a viagem.. mas tchê! Que atestado de encalhada ia ser isso. Preferi dizer que não acredito nessas coisas! Haha)

Foi mal, mas tarde demais pra virar a foto

Nós 


Paulo e Zenaide forever



Depois de dar com a cara na porta no Plaza de Toros, acabamos o dia adivinhem onde!!!!!!!! No Mc Donalds, é claro! Todo mundo pobre, querendo economizar foi gastar 1 euro num Hamburguer clássico sem batata e sem coca. Éééé, uma hora a gente entrega as origens.


Beach Camping

E eu que achei que ia pegar o finalzinho do verão e ia ter no máximo o primeiro final de semana pra ir pra praia.. que nada um calor delicioso aqui! Alugamos um carro, botamos as duas barracas no porta-malas, cada uma com a sua mochilinha e nos mandamos pro nosso mini mochilão em Algarve! hahah



Saímos no Sábado de manhã bem cedinho, porque na sexta tinha festa (festa que nós acabamos não indo). Na sexta a gente ofereceu um jantar pros veteranos do Lucas, o Guimarães e o Bonitinho (melhor do que Fábio). Fizemos um peixe delícia e demos o nome de Bobó de Xuranha ao Molho Fuck Tu (piadinha interna da casa que nem vale a pena explicar.. é aquele tipo de piada que quando se explica não tem graça, então relaxa e finge que entendeu..). Tava covarde o troço, mas pior foi a covardia deles que trouxeram 5 litros de Sangria pra nós! E vocês nem sabem.. tomamos tudinho! Aí obvio que ficamos até muito tarde conversando, rindo e cantando.. acabamos que perdemos a festa do Sunglasses Erasmus Party (AAAA festa)!



No outro dia - todo mundo de ressaca sem lembrar nem o próprio nome muito menos o nome do furacão que passou e arrasou com a cozinha da nossa casa - acordamos pelo despertador escandaloso da Luiza e levantamos num pulo assustado. Até a hora de entrar no carro eu seguia não sabendo meu nome muito menos onde eu estava..

A primeira parada foi Albufeira. Linda, chique, phina, sofisticada, européia e grega. Na beira da praia aquele sol pelando na areia, a água verde-azul degradé, e as casinhas brancas pra completar a paisagem. Sensacional.. tinha elevadooor na praia (me senti muito pobre nesse comentário agora, ainda mais com a entonação que eu dei). Enfim.. só eu e a Stephani tivemos coragem de entrar no mar (gelaaaaado) que tava uma delícia por sinal. Nossa um dos melhores banhos de mar que eu ja tomei! Só que eu caí levada pelas ondas umas 357 vezes, mas detalhe.. mantive a classe a cada tombo, obvio (levantava toda descabelada e sem biquini com cara de quem engoliu litros de água salgada, mas diva, sempre diva). A gente almoçou por lá mesmo e depois seguimos pra Sagres.





Sagres fica beeem na pontinha de Portugal. É a última praia e é onde fica o Farol do Cabo de São Vicente (ai to louca pra contar essa parte). Lá a gente foi direto pra Fortaleza de Sagres (Vila do Bispo). Uma fortaleza enorme, com uma vista incrível. Gente não existe paisagem como a do mar. É impressionante como o mar tem o poder de hipnotizar. Dá uma sensação de liberdade olhar pro mar, ainda mais nesse caso que não se enxergava costa adiante. O som do mar, o cheiro de ar, simplesmente cheiro de ar. E aquele céu, aaai meu Deus o que é esse céu lindo de Portugal? Eu ficaria lá sozinha por horas, só admirando..



Saca só esse céu!

Depois seguimos pra pontinha de Sagres onde fica o Farol do Cabo de São Vicente. A ponta extrema de Portugal. Ao sul: Africa; ao Sudoeste: Brasil lindão e vocês; ao Oeste: América, Canadá e Francis. hehe Sentamos ali naquelas pedras e esperamos o sol se pôr. Foi o pôr-do-sol mais perfeito que eu já assisti. A paisagem era simples: só mar, mas só o mar mesmo - nada em frente - e o sol. Lindo como um rei, imponente, poderoso.. parecia que ele sabia o potencial que tinha, porque se exibia como um pavão macho. Não tinha reflexos, não tinha nuvens. Só dava ele! Redondinho, bem desenhadinho e mansinho. Descendo bem lentamente pra deixar todo mundo de boca aberta (tinha uma multidão lá pra assistir.. em torno de umas 200 pessoas). E quando o último raiozinho de sol desceu, o povo aplaudiu e eu me arrepiei. Foi o espetáculo grátis mais emocionante que eu já assisti. Quando olhei pra trás vi todo mundo sorrindo e aplaudindo.. não tinha como ser diferente. Perfeição!


Galeeera pra aplaudir o Pôr-do-sol mais famoso de Portugal

A noite caiu e é hora de providenciar um lugar pra dormir. Mais cedo já tínhamos visto uma praia que parecia ser a ideal.. era pequena, mas com uma areia bem extensa. As praias em sagres eram todas em meio a muralhas de rochas, então estaríamos protegidas do vento. O único problema foi descer com todas as nossas tralhas aquela escadaria gigantesca (pior mesmo foi subir). Levamos duas barracas, mas uma delas não tinha porta e só percebemos na hora de montar hahaha.. logo, tivemos que dormir as 5 (eu, Lara, Ariana, Suellen e Stephani) juntas na mesma barraca. Foi do capeta, mas eu dormi a maior parte do tempo haha
Depois de armar a barraca fomos atrás de uma janta. Achamos uma pizzaria joinha e trouxemos 3 pizzas tamanho família e comemos tudo. Muito ogras! Vocês precisam ver as fotos.. parecia que estávamos ali ha meses: sujas, escabeladas, com pijama mais todos os casacos que tínhamos (todo mundo esqueceu que de noite na beira da praia parece o Alasca), comendo com as mãos que nem umas selvagens. E antes que algum engraçadinho pense, acreditem: a parte das selvagens não era nada sexy!
Mas mais uma vez, o sacrifício valeu muito a pena. A luz da lua iluminava toda a praia. Não me cansava de olhar pra aquela paisagem!!!! Melhor ainda foi acordar no dia seguinte com o barulho do mar e o sol bem de canto dando bom dia! Foi a melhor idéia que a gente poderia ter tido: acampar na praia!

Moda primavera-verão Algarve 2011





Seguimos pra Lagos. Que praia linda! Cheia de rochas com aquela água degradé e aquele sol brilhoso! Fomos fazer o passeio de nadar com os golfinhos! Óóuuumm coisa mais amada! Eu parecia uma criança cada vez que aparecia um deles. Um não né, eles vinham em bando. Quase mais exibidos do que aquele pôr-do-sol, dançavam na nossa frente! Foi muito divertido, valeu cada eurozinho! Na volta, almoçamos na marina e a garçonete era brasileira. Deu pra ver de cara, apesar do sotaque português  bonito que ela tinha, só pelo jeito alegre e simpático de atender. Baiana, só podia! Adoro esse povo!



Depois do almoço, pegamos o carro e fomos até um forte que tinha ali pra ver as grutas de cima. Paisagens lindas nem preciso dizer..




Depois de Lagos fomos pro nosso último destino: Portimão. A praia não era das mais absurdas depois de todas as praias paradisíacas que a gente viu, mas ainda assim eu posso dizer que no mínimo parecia com Jurerê (Internacional, é claro haha). E o pôr-do-sol mais uma vez não deixou a desejar. Eu acho que eu vou acabar enjoando de tanta paisagem linda. O sol se pondo fez pintura naquele céu que agora deixou o mar de cor única e pôs-se ele a degradé. Fotos de Google Imagens.



Depois da overdose de paisagens lindas, voltamos pra casa exaustas, mas com o sorriso super disposto.