quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Sábado acordamos e fizemos altos planos de conhecer alguns pontos turísticos e passear e tal. Mas aí decidimos sair pra almoçar antes, no caminho resolvemos entrar numa loja e aí já viu né.. já era o nosso dia de passeio turístico. Fizemos turismo nas lojas mesmo, e eu não to reclamando hein.. foi uma delícia! Olhinhos brilhando, tenho certeza que eu não ia me sentir tão feliz se tivesse ido ver os pontos turísticos! hahah vamos voltar pra Lisboa com certeza, então isso não é problema!


Não são todas minhas, tá momita?

Na volta passamos no super, compramos umas lasanhas e um petit gatôu mara e muito barato (e eu que tinha esperança de que a comida fosse cara pra me ajudar a fazer um regime.. que nada). Lá no hostel encontramos uma gaúcha que mora em Santa que sentou com a gente pra jantar, um amor ela, mas não lembro nem o nome! haha adoro minha memória seletiva, só gravo fácil nome de homem! hahah
De noite saímos pra dar uma volta quando já era 2h da manhã! Foi aí que encontramos uma portuguesinha linda, muito querida e divertida. O nome dela era.. peraí (Laraaaaaaaa.. qual era o noe da portuguesinha linda mesmo
?) Ah! Sônia! Isso mesmo.. a Soniete! Um amor ela, com uma alegria de viver que só de ouvir ela falar já te faz sorrir. Levamos ela até o convento onde ela mora e fomos pra casa a pé. Uma delíca essa Lisboa. Estávamos na parte antiga da cidade que é bem portuguesa, com aquelas ruazinhas de paralelepípedo e aquelas casinhas coloridas com as senhorinhas e seus gatos na janela. Ahhh Lisboa!

De volta a civilização

Ta no aeroporto dei uma de Luiza total: Em Bangalore levei uma mijada bonita porque fui a ultima passeigeira e atrasei todo voo porque eu estava fazendo comprinhas no free shop. Na verdade, foi o tiozinho do caixa que atrasou tudo porque digitou o valor errado da venda do desgraçado que tava na minha frente (sempre penso: se eu não tivesse olhado aquele "ima de geladeira" não tinha acontecido isso). Em Paris, cheguei 4h antes e a primeira coisa que pensei foi "vou arrumar meu relógio pro fuso local", só que a virgem aqui esqueceu de ajustar pro horário de verão. Cheguei achando que tava 20min adiantada e quando olho pra tela de entrada estava escrito "Bording closed" ãããã??? Na verdade a aeronave já tinha fechado as portas e parou no meio do pátio (sim, eles já estavam decolando) pra me esperar! Orgulho da momita!
Quando cheguei em Lisboa, demorei uns 10min pra achar a minha esteira onde as minhas malas iam chegar. O aeroporto lá é uma bagunça. Quando eu saí tinha uma multidão e eu nunca ia encontrar a Lara lá (não contei da Lara né? Ent

Vista da nossa sacadinha

Vista pro Castelo de São Jorge

Escada FDP

 ? Eu já tinha até esquecido!), fomos jantar! Descendo às escadas e tagarelando como sempre, a gente escuta alguém perguntar "de que parte do Brasil vocês são?" (aqui tem muito brasileiro). Era o Thales de São Paulo também (e de cada 3 desses brasileiros, 4 são de São Paulo ¬¬), um lindo que nem a Lara! Fomos todos jantar juntos e adivinha o que eu comiiiii: Picanhaaaaaa com arroz, batata frita e FEIJÃO! Não é difícil de entender porque eu estava tão feliz de estar em Lisboa: banho descente, picanha, feijão, português, abraço de brasileiro (não tem igual).. aah eu tava muito feliz! Depois ainda tomamos um sorvetinho joia :) A gente deu uma voltinha pela cidade e voltamos pro hostel pra nos arrumar pra sair porque o Thales tinha uns amigos que sabiam de uma festa do Erasmus (todos os estudantes que tão vindo estudar aqui).! Saí suaaaada da festa, diliça!
Depois do banho (banhoooooooooooo.. banho de verdade, conhece
A festa tava muito boa! Guriaaaaaaas do cru tocou "ela sai de saia e bicicletinha. Uma mão vai no guidão e a outra tapando a calcinha" ahaaam! Me acabei por nós
Voltamos um pedaço a pé pra casa, cantando pela rua.. nãããoo, eu não tava bebada não, que isso! Só bebi uma tequilinha, uma caipirinha e duas cervejas.. nem cosquinha né gauchada! Precisa de muito mais pra derrubar uma gaúcha que se preste :)


Enlouquecida devorando uma picanha e um feijão!

Lisboa linda!

Os bonitinhos do Brasil

Mais uma vez dormi tarde pra acordar cedo, porque café da manhã ia até às 10h e eu é que não ia desperdiçar comida européia né!!
ão, ela é da AIESEC de São Paulo e esta indo pra Universidade do Algarve que nem eu. Aí contatei com ela por email e decidimos nos encontrar em Lisboa e ficar nosso primeiro final de semana lá), mas ela me encontrou!!! Fomos pro nosso hostel bem lindinho na travessa do Fala Só com uma escadaria gigante! Quando eu vi, perguntei: será que não tem ninguém lá pra nos ajudar? E o taxista logo disse: não tem serviço assim em hostel. Aí eu falei: ah mas de repente alguém de boa vontade.. ele riu, entrou no carro e se mandou, como quem diz: eu que é não sou né! haha Beleza, lá fomos nós! Nosso quarto ainda era no último andar (3o).. a Lara deixou a mala dela no meio do caminho, não ia rolar.. Nosso quarto era lindooo, com uma sacadinha portuguesa com uma vista linda!! Aii eu tava tão feliz de estar ali :)

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Taj Mahal e a volta pra casa

"Hey Chica! Wake up!" Já falei pra ele que no Brasil a gente não usa chica.. enfim! 5:30h da manhã, isso que eu to de férias né.. Lá fomos os dois com cara amaçada e meio emburrada (aah para, muito cedo) pagar a fortuna de 750 rupias pra ver o Taj.
Lindo, divino, glamouroso, santificado, maravilhoso!!!!!! Não tem muito o que eu falar aqui, ele não é nada diferente do que se vê nas fotos ou se ouve falar.. é isso tudo mesmo! Quando tu ta lá, bem na frente da porta, aquele piso branco quase contínuo com o prédio em si é tão clean, tão branco que te dá a sensação de céu, de santificad. Uma paz que te faz flutuar bestificada diante daquilo que teus olhos custam a acreditar que é de verdade. Eu estava no Taj Mahal. Ah vou ser sincera.. Já tinha visto tantas fotos, tantas imagens.. dificil ser surpreendida. Parecia que eu já tinha estado ali antes, mas de qualquer forma é uma emoção muito gostosa saber que tu está ali. E outra que a maldita música do Jorge Benjor não me saiu da cabeça! "a princesa e o Mahal.. pepepepererere"



muito boa!
Agra foi uma delícia. Não só o Taj, mas os restaurantes (tche, eu acabo sempre falando de comida), as pessoas, a chuvinha fresquinha. Adorei, mas tava louca pra voltar pra casa também. Ver o pessoal de novo e começar a programar minhas coisinhas pra Portugal. E aí fomos de trem direto pra Bangalore de primeira classe (nem te impressiona que aqui na India eu desisti de ter conforto e luxo). Mas a viagem foi tranquila, tinha até ar condicionado, não posso reclamar! Mas foram 36h de viagem e no final já tava bem cansadinha!
Chegamos em casa e fomos tomar um banho de piscina joinha! As vizinhas foram todas pra janela olhar aqueles dois branquelos gritando e pulando na piscina. Só pra esclarecer, eu fui de roupa pra não correr o risco de ser crucificada em praça pública né..
Era o último dia do Francis - não queria nem mencionar essa parte - e foi chegando a hora de ele ir embora e meu coraçãozinho apertado. Como sempre pensando demais, eu fiz aquela clássica retrospectiva de toda a nossa viagem e todo nosso tempo juntos. Ajudei ele a arrumar a mala, compramos uma cervejas pra beber na sacada e tá.. fui com os guris levar ele na parada de ônibus! Dei aquela Luiziada e vomitei na frente da parada, acho que eu tava nervosa. A semana que se seguiu pré-portugal foi muito boa, cheia de festas e restaurantes, mas eu senti muita saudade do Francis. É que eu sabia que aquilo não ia voltar mais, que eu até poderia rever ele um dia, mas o nosso tempo e a nossa experiência tinham terminado. Só lembranças, e ainda tinha mais despedidas.. Um misto de tristeza antecipada (a Luiza é foda né) por a India estar chegando ao fim com aquele medinho de enfrentar tudo de novo com a chegada em Portugal. Aii, as vezes até eu tenho preguiça do quanto eu filosofo sobre a vida. Não sei fazer do troço simples como ele é, preciso sempre dramatizar e analisar minha vida diante de cada peido que eu dou (que falta de modos essa guria!).

Gente eu não consegui roubar o video e o Francis não conseguiu me mandar, então fiz a chinelagem de copiar o link.. quem tiver facebook, acessa que é lindo, vale muito a pena! É um vídeo com todas as imagens da nossa viagem, lindo demais!!! Me dá uma saudade de doer toda vez que eu vejo..

http://www.facebook.com/search.php?q=anielka+brasil&init=quick&tas=0.22126927392450318#!/photo.php?v=10150794097180296

Enfim, a semana foi uma delicia:
- Festa de karaokê (sounds brega, mas tava amazing);
- Festa de despedida do Francesco (e de reencontro com o pessoal da AIESEC);
- Aniversário da Sheela à moda indiana com Torta na cara.. muito divertido! O curioso é que depois todo mundo come o bolo.. curioso pra não dizer nojento;

- Indian Dance Classes depois do aniversário da Sheela;
- Jantar num restaurante joinha que simulava um trem! Os garçons vestidos à carater como há seculos atrás.. tão bonitinhos! O gerente vestido de comandante, uma graça! Jantamos no vagão da primeira classe.. genial!!!
- Crazy Festa de despedida do Bart. Crazy é tudo que posso lhes descrever, deixo o resto pra imaginação fértil dos meus queridos leitores;
- Últimas comprinhas pra viagem (tô falando de comida, é óbvio);
- Minha festinha de despedida no mesmo lugar lá do karaokê e gente preciso falar: eu mandei muito bem! galera foi ao delírio ao som de "La Bamba" e "Dancing Queen". Ivetinha já era, diz meu amigo dos Camarões (que que ele entende de Ivete né? Ah mas se ele disse, é porque sabia o que tava falando).. Enfim, neguinho foi ao delírio ao som da voz de Luiza Tererê (???) Pra vocês terem uma idéia, não rolou vídeo porque tava todo mundo no palco cantando comigo de tão espetacular que foi o troço.. ai ai, se o Ídolos me descobre..


"Para bailar La Bamba se necesita una poca de gracia"

"You can dance, you can jive, having the time of your liiiiiife.."
Enfim, India acabou! Foi ótimo, foi forte, foi intenso, foi lindo, foi triste, foi dificil, foi dolorido, foi awesome! Incrível como a India é poderosa. Acabou comigo. A India me explodiu, me deixou despedaçada em caquinhos. E quando fui juntar e montar de novo a Luiza, já não tinha mais encaixe perfeito. Perfeição, quanta pretensão minha. Achamos que estamos inteiros, mas é apenas teu cérebro acostumado com o que já é comum aos olhos. Antes que vocês pensem que dali saiu uma nova Luiza (que clichê isso), vou jurar que não.. é só mais uma criatura que descobriu o quão pequeno é o mundo e que "quanto mais a gente se solta, mais fica no mesmo lugar" (desculpe a ousadia, mas a letra dessa música tem o encaixe perfeito comigo e com o meu momento - A Volta que o Mundo Dá).

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Último dia em Kashimira

Vocês lembram que eu falei daquele cara que ensinou o Francis a rezar na mesquita? Entao, no dia seguinte estávamos eu a Ju e o Francis caminhando na rua, quando encontramos esse mesmo cara com toda sua família dentro de uma van! Foi aquele auê né.. todo mundo queria tocar a gente. As crianças, coitadinhas, eram arrastadas pelo braço até a gente, morrendo de vergonha, e eram obrigadas a cumprimentar a gente. Pobrezinhas, sério.. aquelas mães pegavam com força no braço e gritavam com as crianças.. já comentei com vocês que aqui é auspicioso cumprimentar estrangeiro né? Certo que é..
Enfim, convidaram a gente pra ir jantar na casa deles. Eu e a Ju, bem nojetinhas que estavamos naquele dia, agradecemos e fomos pra nossa querida Lan House gastar nossas preciosas rupias comendo e falando com os macho na internet. Já o Francis, bem saidinho e inconsequente que é, topou. Eram 11h da noite e nada do Francis, eu já tava lá na porta do hostel (aé esqueci de contar! Trocamos nesse mesmo dia de casa. Descobrimos que estávamos pagando o dobro do preço normal e o Mushta tava enchendo o saco já querendo vender até a mãe dele se duvidar pra gente. Mas tchê! Indiano não entende NÃO.. ele acha que tu tá fazendo charminho, que no fundo tu tá é louca pra comprar ou pra sair com ele, enfim). Eu já tava na porta do hostel, esperando ele. Nossos telefones não pegavam lá, eu não fazia nem idéia pra onde o cara tinha levado nosso amigo. Mas quando era quase meia noite e eu ta tinha asteado um bandeira de luto na nossa janela, a pinta chegou. Faceiro da vida, cheio de comida pra gente! Já nem chinguei né, e já passei a amar aquela família que ha meia hora antes eu tinha difamado com todo o meu estoque de palavrões - e olha que não é pouco esse estoque. Uns doces maravilhosos (entre nós, o Francis trouxe uma caixa com 8.. eu comi 7! hahaha mas eram minusculos, como balinhas), uma maçã (também não entendi, deve ser tradição), uma noz (pra queeeeeee?), e um punhado de amendoin (?).. vai ver eles acham que eu nunca vi maçã, nozes e amendoim antes.
Em resumo (é eu sei, agora soou como uma piada vindo de mim que não sabe resumir nada), eles nos convidaram pra passear com eles no dia seguinte pelos jardins de Srinagar e dormir lá a nossa última noite, porque eu e o Francis iríamos seguir viagem até Agra pra ver o Taj antes de voltar. Já que ele sobreviveu e ainda trouxe comida, porque não? Ainda economizamos o dinheiro do hotel e do ricksaw que ia nos levar pra passear pela cidade.

Dia seguinte, la fomos nós! Visitamos uma mesquita, dei uma meditadinha básica lá dentro; fomos ver o time de sinuca do Omer - o tal do amigo do Francis que ensinou ele a rezar - tchê essa parte me deixou tão braba, mas já conto; almoçamos na casa deles - comida gostosa, mas principalmente a parte dos doces; encontramos o primo sem-noção do Omer e fomos everybody together visitar os jardins LINDOS de Srinagar.

Mesquita


Tchê! A parte da sinuca, quando nós entramos naquela sala com uns 20 homens indianos nos olhando famintose vi o Francis feliz da vida indo jogar uma partidinha com eles, enquanto eu e a Ju éramos devoradas com os olhos, eu desejei que Francis ficasse broxa pra sempre! Sério! Pra quê? Ele sabe como os homens indianos são..
O senhor do meu lado (técnico do time - ah meu pai) tava in love, pegou o celular dele e tirou no mínimo umas 10 fotos de mim com o celular na minha cara! Os outros homens ficavam estáticos olhando pra nós deslumbrados - como sabiamente descreveu o Lucien uma vez, é como se eu estivesse pelada no meio de uma construção de obras! Exatamente isso! Tantas vezes eu quis ser precisa quanto a essa sensação, e o Lucien tão inteligentemente achou as palavras perfeitas! hahah Foi aí que eu comecei a não suportar mais homens na India.. não mentira, nunca surportei, mas enfim.. foi o estopim! Era desconfortável demais, vocês não podem imaginar o que é isso todos os dias, em todos os lugares, com todos os homens, o tempo inteiro! Tá vontade de botar fogo na tua cara pra ver se eles param de te olhar com essas caras de cachorros famintos.. ai ai, desabafei :) agora posso voltar pro nosso passeio..

Depois do almoço fomos pros Jardins lindos, com templos e homens rezando e uma população incrível de indianos. aaaah mais indianos, mais homens mais olhares, mais gente em volta.. teve uma hora que eu e a Ju deitamos na grama pra descansar um pouco. 5 minutos e eu abri os olhos: levei até um susto.. tinha dezenas deles de pé em volta olhando pra gente.. como quem se pergunta: será que é de verdade? Eu tive um ataque de riso.. aquilo não podia ser verdade! PORQUE DEUS, PORQUE?




Deixamos a Ju em casa e fomos com as nossas troxinhas pra casa daquela família. Quando eu cheguei, era mais tocação.. tocavam meu cabelo, minhas mãos! As caras da mãe dele eram as melhores: me olhava com uma cara de quem diz: que que é isso aqui? Me analisava da cabeça aos pés com a testa franzida, me olhava e dava risada. Eu devo ser muito estranha mesmo. Me botaram sentada numa sala e os primeiros 5 minutos desejei com todas as forças que o Francis entrasse pela porta e me chamasse, porque fiquei sentada e todos em silêncio me olhando e sorrindo. Ninguém falava nada e ninguém falava inglês. Até que a menininha da casa - total hiperativa - começou a pentelhar (não era exatamente o que eu desejava naquele momento, mas ajudou a descontrair). Peguei o notebook, numa idéia genial de ligar pra minha mãe e mostrar aquela família louca pra ela e mostrar ela pra família louca! Aahh eles acharam o máximo e a momita? A momita chorou de emocionada, tão linda nha momita!


A pentelha é a que tá no meu colo e repara na mãe me olhando...

Depois disso a coisa ficou mais tranquila e fiquei mais a vontade. Então, quando eu estava escovando meus dentes, a mãe da casa chegou e me deu um par de brincos que eu adorei. Agradeci um monte. Aí ela começou a me olhar e fazer aquelas caras engraçadas dela e apontou pra minha mochila. Pediu pra eu abrir, e quando eu abri ela começou a tirar tudo de dentro.. olhava uma coisa, experimentava e fazia aquela cara engraçada, pedindo se eu podia dar pra ela. Não né! Eu só tinha comigo minhas compras da India (que não tinha lógica dar pra ela) e meus brincos mutcho loucos que ela nunca ia usar e que fazia sucessssssoo aqui na India. Prometi mandar pelo correio um presentinho pra ela que eu tivesse aqui em casa (Bangalore), antes que ela tivesse um infarto por eu não poder dar nada pra ela.

No dia seguinte, fomos cedo pro aeroporto (eu tava tão feliz de pegar um avião e não um ônibus caindo aos pedaços) e na saída ela me olhou e apontou pro Francis, fez aquele sinalzinho com a mão de pedir dinheiro e aí apontou pro filho dela, como quem diz: pede pra ele dar um dinheirinho pro meu filho. Sem comentários..

Chegamos felizes da vida na calorosa Delhi, desci do avião e já comecei a suar, goxxxxtoso! Fomos direto pra estação de trem.. nossa classe: Sleeper, a pior de todas. Só que Francis luiziou e comprou a passagem pro dia errado. Comprou pro dia 4 e era dia 3. O fiscal mandou a gente descer. Falei sem chance, não saio daqui nem a pau Durval! Aí o fiscal insistiu brabo, e o Francis disse.. não saio, tem lugar livre e vou no meio do vagão, mas não saio! "Tike, ok!", disse o fiscal com preguiça de discutir. Por isso não existem leis na India, eles tem preguiça de cumpri-las.

O vagão: mais uma viagem digna de filme! Tu até tem uma cama ali pra ti, mas todo mundo senta nela, então tu tem que te contentar com um cantinho do lado daquele indiano sedutor e galanteador que vai passar a viagem inteira te olhando com aquele olhar de certeza de que ele tá conseguindo te seduzir! É impressionante, porque os Augustinho Carrara (descrição perfeita para o estilo desses homens ma-ra-vi-lho-sos) tem certeza de que eles podem te seduzir. Aquele olhar 43 é de arrepiar.. (não temos vídeo do trem nesse dia, mas eu tenho um pra mostrar pra vocês do último dia, mas aí vão ter que esperar).

Tá chegamos em Agra.. Caindo o mundo e o Taj tava lotaaaado (dava pra ver da vista do restaurante onde fomos famintos devorar 3 pratos de comida). Mas nós decidimos ir no dia seguinte, bem cedo pra tentar ver o nascer do sol..

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Último dia de Ramadan

Dia de festa! No dia anterior, eles estavam eufóricos, ansiosos. O Mushtafa, dono da nossa House Boat, disse pra mim que o último dia de Ramadan pra eles é como o Natal pra nós cristãos. Dia de festa, dia que tudo para, todo mundo se arruma, as famílias se reunem nas casas depois da cerimônia na Mesquita pra almoçarem todos juntos, todo mundo feliz - também depois de todo esse tempo sem comer. Quando acordamos, eles já estavam arrumados, prontos pra ir pra Mesquita. O pequeno Ibraham (vou por uma foto com ele pra vocês verem, porque ele é a coisinha mais amada) já tava todo lindo, arrumadinho pra ficar em casa e esperar todo mundo pro almoço! Aqui não é que nem nas nossas missas que as mães levam as criaturas e elas ficam correndo no meio do silencio coletivo ou chorando alto. Os homens da casa já estavam todos arrumadinhos, de banho tomado e com uma roupa branca linda com aquele chapéuzinho branco que é uma graça. Tão bonitos, todos de branco.


Ibraham - tão legal falar esse nome. O Ibraham é filho do Mushta.

O Mushta (apelidinho nosso) aconselhou a mim e a Ju a ficar, ele disse que não era o melhor ambiente pra moças estrangeiras e sorridentes. Quando ele saiu, trocamos aquele olhar maroto e dissemos: aai eu vou! aai eu também! Lá fomos nós.. Peguei o maior lenço que eu tinha e me tapei o máximo que eu pude, era a única condição pra que pudessemos entrar na mesquita - droga, logo hoje que queria estreiar minha sainha nova  com meu biquini de buzios.. droga - haha.


Ai só mais uma fotinho dele pra vocês, porque ele é taaaao fofinho!

O ricksaw só ia até um pedaço e a partir de lá fomos a pé. As cenas que meus olhos viram, eu jamais desejei ter visto. Já tinha escutado muitos depoimentos sobre os pedintes na India, que eles usavam suas doenças e crianças pra pedir por dinheiro. Mas pela minha cabeça nunca passou nada igual. Eu estava completamente perplexa andando no meio daquelas pessoas. Um misto de ânsia de vômito com raiva e compaixão ao mesmo tempo. Ânsia de vômito porque o cheiro era forte e porque as cenas eram horríveis; raiva porque em alguns momentos eu duvidei que fosse verdade e achei que eles estavam maquiados e gritando pra chamar a atenção - eu não queria acreditar que aquilo era verdade; e compaixão, bom essa dispensa comentários.. eu tinha vontade de recolher aquela gente, levar tudo pro HCPA e encher eles de morfina, vontade de tirar a dor daquela gente com a minha mão. E ao mesmo tempo eu estava tão impotente diante daquele horror. Eu não podia tocar ninguém, pelo contrário, a gente fugia das pessoas. O Francis ficou desesperado, porque vários deles tocaram ele e a gente achava que podia ser lepra ou algo assim, ficou apavorado. Mas enfim, a pior parte era ter que andar de olhos abertos.. e aquela P**** daquela mesquita não chegava nunca.. eu queria correr, fugir daquele horror.



A última cena não saiu da minha cabeça aquele dia

Chegamos finalmente, me senti no céu.. do inferno pro céu. Meninas para um lado, Francis para o outro. O Francis já logo fez amizade e saiu conversando com um indiano que depois ele contou que ensinou ele a rezar, o Omer. Eu e a Ju seguimos pro lado das moçoilas. Aquele colorido lindo de ver. Todas sentadinhas, comportadinhas e curiosas. Tchê eu toda tapada e ainda assim todas elas nos olhavam como se nós brilhassemos no meio da multidão. Também, branca do jeito que eu to não duvido..



p.s. (é, aqui no meio mesmo): Gente, vocês vão me desculpar, mas eu não to escrevendo tudo certinho justamente pra dar a entonação Luiza na fala, sacou? Jeitinho Lu de falar hahah

A gente deu uma volta por lá, sentamos um pouquinho com elas e depois decidimos voltar pra entrada porque combinamos nos encontrar em meia hora. Chegamos lá, sentamos na grama e começou uma correria! E foi se formando uma fila atrás da outra.. todos em pé, de branco (apenas os homens, as mulheres continuaram lá sentadinhas bem longe dos macho), apressados, sem sapatos com pé no chão. E então começou a reza.. Uma unica voz falando em microfone e então todos em coro repetiam alguma coisa (adoro meu jeito super específico de descrever a cerimônia haha). Todos juntos se curvaram. Todos juntos se ajoelharam. Todos juntos levantaram. Todos juntos repetiram. Tão lindo! A dedicação deles, a entrega naquele momento! Mais de 60 mil pessoas reunidas pela religião, celebrando depois de 1 mês inteiro de jejum.. tudo pela religião.



No Brasil é tão diferente.. o brasileiro não deixa de comer por religião nem reza copiosamente sem questionar. Brasileiro acredita em tudo um pouco - e respeita todas as religiões. Reza Pai Nosso, acredita em espiritos, medita, faz macumba, e quando precisa ascende vela pro Santo que a vizinha recomendou, incenso pro anjo sei lá quem, poe moedinha embaixo do Buddha, umas velas vermelhas pros Orixás e mata a galinha e joga na esquina, vai que rola né? "Não custa tentar" já diria qualquer brasileiro que se honre.

Quando terminou a cerimônia, voltamos e passamos por aquele horror de novo. Tentamos achar um ricksaw que nos levasse de volta pra casa, mas não sabíamos o nosso endereço hahah foi aí que encontramos o Mushtafa e ele nos levou pra casa, eu e a Ju, porque o Francis resolveu subir naqueles ônibus com gente pendurada pelas janelas e foi em cima do ônibus. Quando chegamos em casa, tinha almoço e as pessoas eram tão felizes. Por três dias era todo mundo nas ruas, festejando, buzinando (tá isso ai nao mudou muito né), soltando foguetaços na rua, e as crianças enlouquecidas com ARMAS atirando em todo mundo (bala de borrachinha, vale salientar - mas doía igual, of course), inclusive na gente. O almoço eu não pude comer, e depois da Kashimira eu nunca mais consegui comer arroz aqui - o arroz aqui é bem diferente do nosso arroz soltinho, branquinho, cheiroso, gostoso.. ai ai, enfim - e nem aqueles molhos fortes deles. De uma hora pra outra fiquei fresca e passei a odiar a comida deles. Mas não se preocupem, agora que voltei pra Bangalore e fomos nos bons restaurantes daqui, eu to curada! Mas arroz não rola mais..

Francis brincando de indiano!

Vê se isso é brincadeira pra um piá dessa idade..

Foi um dia muito intenso..

Fazendo feira na Kashimira

Lá pelo terceiro dia, a gente cansou de take it easy e decidimos shake our Bundas (eu ensinei pro pessoal o que é necessário e fundamental saber né).. Ai resolvemos que iriamos no market, que é uma feira no meio do lago da Kashimira às 6h da manhã. Mó programão de indio né (pra nao dizer de indiano)! Também pensei isso quando sugeriram o passeio, mas né.. se todo mundo vai, eu é que não vou perder!

Acordamos as 5:30h da manhã e fomos. Um barquinho veio lá pra nos buscar e a melhor parte foi o caminho.. Como eu disse pra vocês, estávamos na Kashimira em pleno Ramadan (já expliquei o que é o ramadan? ta vou falar de novo, se ainda não falei: é o período de jejum dos muçulmanos, quando eles ficam sem comer e sem beber (nem água) das 3h ou 4h da manhã até as 7h da noite. E então eles se reunem, os homens, para as rezas e serio gente, é lindo de ver, de ouvir e de sentir..), então enquanto o barco ia pra feira, era escuro e podíamos ouvir as vozes masculinas rezando (cantando) vindo das casas. No nosso barco tinham 7 pessoas e o silêncio era absoluto, a não ser o som daquelas vozes.
Sabe as nossas romarias que temos no Brasil? A beleza das vozes em conjunto era similar, a diferença é que nas nossas romarias as vozes femininas predominam e nessa noite/manhã eram as vozes masculinas que predominavam. Mas lindo, valeu o passeio! Que indiada que nada, programaço de domingo.. so perde pra um churrasquinho na beira da piscina (tá vamos mudar de assunto que a abstinência tá pegando).

Desculpem-me pelo vídeo, mas ninguém tinha uma camera descente ali. Meu amigo que ia me emprestar a camera HD dele, deu uma de indiano e deu o KO. Mas enfim.. ta ruim, escuro, nao da pra ver nada, mas é só pra ter uma ideia..



No caminho o dia foi clareando e fomos encontrando com alguns comerciantes que estavam chegando.. Ja no meio do caminho começaram as negociaçõs e as primeiras compras. Eu não comprei nada (sério! Juro! Aaah so tinha fruta e flor.. que que eu quero com fruta e flor?) hahaha to brincando.. tinha uns pinduricalho tambem, mas eu nao comprei nada mesmo.
Quado a gente chegou, era aquele bando de barcos, todos amontoados, batendo uns nos outros, uma gritaria entre eles. Tu sempre jura que estão brigando.. mas nem sempre, as vezes são estão só falando de ti mesmo, de como tu é alien estranho entre eles. Enfim.. também valeu a pena.. o pessoal fez altas compras, até flor de lotus compraram!!! Pra não dizer que eu não comprei nada, eu comprei um pão por 5 rupias na volta porque eu ja tava morrendo de fome. (aii eu sei que vocês vão dizer.. siim né, sempre). Pois é.





Quando voltamos pra casa, foi todo mundo dormir e os italianos foram embora. Foi aí que eu tive o sonho mais lindo em todo esse tempo na India (tooodo esse tempo, nem dois meses, mas enfim..). Eu sonhei que era Natal, tava super frio e estava toda minha família numa casa linda. Estavam todos e eu conversei com um por um, com a dinda, tia dionisia, lintchen, fabi, ieie, cacá, dindo, fábio, tio tarcísio, tia marlene de mato grosso, a vó.. todos, todos! E eu fui cumprimentar um por um e dizer o quanto eu tava feliz de estar com a minha família ali, o quanto eu amava todo mundo. Foi muito real e muito gostoso. Quando eu acordei, me deu uma dor profunda de ter sido só um sonho. Eu desejei desesperadamente voltar. Comecei, ali na cama mesmo, deitada, a imaginar minha conversa por skype com os meus pais dizendo que não dava mais e que eu precisava voltar. Mas eu sabia que era insano, mas era a unica coisa que eu queria ali naquela cama.
Eu e a Ju começamos a conversar.. sobre um mundo de assuntos que eu não me lembro muito bem, só me lembro que todos eles me faziam chorar mais, escandalosamente. Comecei a chorar não mais por mim, mas por todas as pessoas que eu conheci naquela India. Todas aquelas famílias que vivem daquele jeito que eu jamais conseguiria viver. É muito interessante tudo no inicio.. comer com a mão, usar aqueles banheiros legais, carregar teus lencinhos pra cima e pra baixo, tirar foto com os teus fãs, dormir no chão, usar aqueles banheiros estranhos, tomar banho de canequinha e gelado, tomar chai a cada meia hora, tomar agua e cerveja quentes, usar aqueles banheiros horrorosos de novo.. ta vendo? De legal tudo passou pra horroroso. Eu sempre doente, a comida eu não podia mais nem ver, não tava me reconhecendo.. eu andava triste, meio sem vontade pra nada, com o pensamento e o coração lá em Porto Alegre.. aquela não era eu. Eu tinha até vergonha de tão sem graça que eu tava no últimos dois dias.
Chorei por mim e chorei por aquela gente que não tem opção de voltar pra casa e encontrar o conforto de novo. Essa é a vida deles, pra eles não muda.. "coitadinhos"! Foi aí que o Francis me disse uma coisa que eu não gostei de ouvir, mas acho que ele tinha razão. Ele disse: para de dizer que tu sente muito pela vida dessa gente. Tu vê alguém chorar? Eles são felizes! Quem foi que te disse que eles tao infelizes? Para de por a culpa na dor dos outros, essa dor é tua, só tua. É tu quem não aguenta viver a vida deles, não eles. Isso é demais pra ti, não pra eles. Abri o berreiro mais uma vez.. "quem foi que te deu o direito de me dizer umas verdades?" pensei comigo.


sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Passeio de camêlo

Aaaiiii esqueci de contaar!!! Andei de camêloooo! :D

A Carine e o Chinês solteiro (desculpa, sou péssima com nomes, ainda mais quando eles são nomes orientais) decidiram ficar mais uns dias em Tuk Tuk, mas nós voltamos porque já tinhamos comprado as passagens pra Srinagar. E o casal chinês/japonês/coreano voltou com a gente, mas eles não quiseram andar de camelo.

Só vou mostrar as fotos.. falam por si só e minha cara sempre entrega: foi sensacional.




From Leh to Srinagar - Kashimir

Mais uma daquelas viagens memoráveis..

Nosso último dia em Leh era feriado. Há 30 anos atrás morreram 3 monges na avenida principal de Leh, assassinados. E desde então esta data se tornou feriado, em memória a eles. Triste eu sei, mas também nao precisava fechar TUDO o dia inteiro né! Nós não achavamos lugar pra comer, comprar uma água, uma bolachinha. Tenso! Até que depois de caminhar uns 20min encontramos um bendito (ou maldito) lugar aberto. Tava aberto porque as criaturas esqueceram que era feriado (?) (isso jamais aconteceria no Brasil, quem ia esquecer um dia off no meio da semana pra não se fazer nada.. só coçar? ninguém!). Só que as criaturas não contavam que toda a população turística do pedaço ia comer lá. Tchê, quer me deixar de mal humor me faz esperar 2 horas por um café da manhã! Bom, pelo menos meu café da manhã chegou. Já o do Francis, coitado, ainda ta lá sentado esperando.. Mas enfim, foi nessa situação que conhecemos a Julieta. A gente começou a falar mal do café da manhã e ela acabou nos sugerindo um lugar e ela conseguiu uma House Boat (é, uma casa flutuante no meio do rio.. niice) pra ficar em Srinagar. Quando fomos conversar com o cara dono da House Boat, falamos que ela nos indicou e ele disse: aaah a brasileira? aaaaaaaaaiii, comecei a gritar! Finalmente uma brasileiraaaa! Tche na viagem pra tuk tuk eram os chineses/japoneses/coreanos falando em chinês/japonês/coreano e o Francis e a Carine falando francês, ou seja, boring boring boring.. boiei total a viagem inteira.. Sucks!
E agora era my turn to speak in Portugueeeeeese!

Ai ai, enfim.. viajamos no mesmo ônibus. Fui sentada do lado dela e conversamos nas duas primeiras horas como se fossemos veeeeelhas amigas! Já conversamos sobre tudo, como boas brasileiras que somos. Riiiimos, confidenciamos, ouvimos musica, cantamos! Aaai eu amo ser brasileira e ser reconhecida pela minha alegria de brasileira! Depois das primeiras duas horas ela dormiu que nem um bebê pelas restantes 15 horas de viagem, enquanto eu morria de inveja e vomitava. É fui me fresquear de novo.. sei la, diz o médico que ainda era por causa da falta de oxigênio que eu tinha sofrido há uma semana atrás.


Brasileiro tá sempre sorrindo! (velhas amigas)

Mas eu quero mesmo é falar do buzão! Digno de um filme, mas não filmamos porque eu não tinha forças e o Francis não tinha saco! Ninguém dormiu naquela viagem, a não ser a Ju! Visualiza.. um ônibus caindo aos pedaços com  gente saindo pela janela (não to exagerando) - ainda bem que não era eu saindo pela janela - cheio de homens - todos com aquela cara de peixe morto olhando o TEMPO INTEIRO pra mim e pra Ju, rindo e falando coisas que eu agradeço do fundo da alma por não entender e FUMANDO dentro do ônibus! Caguei ou não caguei na cruz? Caguei né.. é eu já percebi que sim. Nããããooo, e detalhe! Nas poltronas estava escrito Deluxe (hahahahahah). E quando compramos as passagens estava escrito:  Semi-Deluxe e ai o vendedor ainda riscou com caneta o Semi.. ou seja, não era semi-deluxe, era inteiro deluxe! hahahah não quero nem imaginar o semi-deluxe!


Só não vai cair hein tiozinho

As paisagens sempre compensam

Semi-Deluxe

Chegamos em Kashimir no outro dia de manhã. E aí tinha um casal de italianos no ônibus com a gente que não tinham onde ficar, ai foram conosco pro nosso House Boat. Mas quando chegamos, haviam centenas, milhares de homens desesperados pra nos levar pro seu House Boat. Aí rolou um fight bem tenso entre o dono do nosso House Boat (que já tinhamos reservado em Leh com a agência) e os demais homens desesperados. Tenso mesmo, a gente quase teve que separar. Mas depois já pegamos nosso barquinho e nos levou até nosso lar doce lar..


Nossos amigos italianos e bonitinho francês

House sweet Boat

A tarde decidimos ir pro hospital de novo, porque o troço tava feio pro meu lado deee novo! Aí dessa vez pedi pro Francis filmar, mas ele amarelou na hora H, então o vídeo que temos não mostra quando o enfermeiro (ou médico, nao sei) estraçalhou minha veia e usou a mesma siringa pra puncionar outra veia. Eu fiz que nem criança pra tomar injeção, berrei, chorei, pedi pra parar e depois sorri porque tinha sobrevivido! hahaha Serio! Não ri, não foi engraçado. Eu só pedi a Deus: por favor me proteje, que eu não pegue nenhuma infecção. Deu certo, to viva por enquanto.. Mas gurias (da faculdade, óbvio) ele fez tudo que aprendemos que não se deve fazer. (ponto) Dá uma olhadinha no vídeo e repara bem na maca de procedimentos da primeira sala:



Enfim.. ficamos uma semana na Kashimira, portanto tem muito post ainda pela frente pra contar sobre essa semaninha aí :)

Nubra Valey - Tuk Tuk

Nós ficamos em Leh por 5 dias, mas nesse meio tempo fizemos uma viagem de 2 dias e uma noite pra Nubra Valey - um vale lindo no meio do deserto - e dormiriamos em Tuk Tuk. Tuk Tuk é um vilarejo onde predomina a religião muçulmana e que a 40 anos atrás era território pertencente ao Paquistão. O turismo lá é pouquissimo explorado, o que faz desse lugar ainda mais especial. A sensação de paz e tranquilidade é imensa. A beleza do lugar é infinita e transforma nosso corpo, um lugar pra dar aquela renovada no corpinho. Mas o turismo lá vem crescendo nos últimos anos. O dono do Host onde ficamos nos contou que até o ano passado ele tinha recebido 40 pessoas em sua pousada, mas que só agora em julho (quando o turismo começou a ser explorado pelas agências de viagem de Leh) até Agosto (período em que estávamos lá) ele já tinha recebido 200 pessoas. Tomara que não explorem demais, porque o que faz o do lugar mágico como ele é é justamente o fato de ser um lugar apenas com pessoas locais.



TukTuk de manhã cedo

O som do Sol

Fomos eu, o Francis, a Carine (uma menina de Quebec também que conhecemos em Manali e reencontramos muito por  acaso na agência de viagens querendo fazer a mesma viagem que nós), um casal de chineses/coreanos/japoneses (sorry, mas não lembro mesmo.. aaacho que ela chinesa e ele coreano) haha e mais um chinês. Alugamos um Jipe mara e saimos as 8h da matina.. era pra ser as 7h, mas como estamos na India, não é auspicioso cumprir hora marcada.


Chinês, Carine, Francis, Eu, Casal chinês/coreano/japonês (vai saber)

A viagem ja começou no caminho. A perfeição daquelas montanhas gigantescas de pedra, com aqueles rios de água escassa contornando os caminhos. Nossa demais! Passamos pela fronteira com o Paquistão e vimos esconderijos do exército e rio pertencente ao Paquistão. Não sabíamos, mas aquilo era Nubra Valey, ou seja, aquilo já era o passeio e nosso destino era Tuk Tuk, onde passariamos a noite.



Quando chegamos em Tuk Tuk era por volta das 17h e as crianças estavam saindo da escola. E os menininhos, coisa mais amada, corriam atrás do carro e era uma gritaria! Alguns gritavam coisas que eu nao entendia enquanto outros mais educados apenas gritavam 'Juley Juley' (é como Namastê na língua deles, ou seja, o cumprimento deles).



Chegamos, tomamos um chai e fomos procurar nossa Guest House. Lá morava uma família inteira, um pai de 28 anos (parecia 40), a mãe de 25 (parecia 50) e 5 crias! Uma mais gostosa e linda que a outra! Nem preciso dizer que tirei muita foto com aquelas fofurinhas, né? Alias, eram elas que queriam tirar foto comigo. Lá aconteceu uma coisa muito engraçada, que as pessoas pediam pra tirar foto delas e queriam que tu mostrasse, coisa mais amada. Acho que nunca viram e ai achavam o máximo, um amor!
A casa era super simples.. tinham a opçao de dormir no chão ou numa cama. o sorteio eu fiquei com a cama, mas aposto que era a mesma coisa que dormir no chão. Ah e meus amiguinhos mosquitos vieram me visitar, fizeram a festa! Eu dormi zero aquela noite! hahahah



Fofinha (sujinha)

Desculpa pela foto, mas é a única que eu tenho com as crianças e eu não tenho nenhum programa aqui pra escurecer ela.. mas o que importa é a carinha deles que ta linda!

Na manhã seguinte fui tirar fotos do lugar e caminhar um pouco sozinha.. eu adoro fazer isso. Só eu e eu mesma.. Incrivel, a gente conseguia escutar os passáros e o barulho da água das pequeninhas cachoeiras. Aii se duvidar, dava até pra ouvir o Sol dizendo bom dia.. que sensação gostosa!

Tuk Tuk foi mais um daqueles lugares que te faz pensar na tua vida, nos teus valores. O simples também é lindo!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Leh

Cheguei em Leh e fui direto pro hospital.. gurias do céu! lembrei tanto de vocês (gurias da faculdade, é claro).
Tudo que a gente aprende a não fazer.. ai ai. Mas a menina foi bem delicada, era estudante também! Falei pra ela que eu também era e que ela não precisava ficar nervosa que eu também tava aprendendo e que era tranquilo. Aí quando terminei de falar, ela me olhou e resmungou qualquer coisa na língua deles.. acho que ela não falava inglês, mas tudo bem! hehehe Ela mandou bem e depois de lá me senti como nova! Voltei a comer que nem a velha e boa Lu :) hahah

Leh parece uma cidade de faroeste, envolvida por montanhas de pedra.. é lindo de ver! Fantástico mesmo, mas o clima é muito seco. Meu nariz tava sempre sangrando e seco por causa da falta de umidade. A gente tava sempre com sede também, mas foi bom pro corpinho, deu uma secada e me deixou pronta pra outra.. é outra!


Leh

Francis e seus pulos

Primeiro dia, pra variar, foi só de descanso. Dormi horrores e provei uma pizza divina do topo de um prédio. Lá pro norte eles adoram investir em restaurantes com Roaf Top View. É legal.. eu adorava comer olhando a cidade de cima, principalmente de noite quando bate um ventinho. Mas pra mim ainda a melhor forma de comer é sentada naqueles colchões fininhos deles com almofadas e aquela musiquinha calminha com uma luz baixa.. ai adoro! É a única coisa que falta em Porto Alegre..

Em Leh nós alugamos uma moto, again, e fomos visitar os templos do budhismo tibetano que predomina na região dos himalaias. É lindo de ver o colorido das Prayer flags, que são mini-bandeirinhas com rezas escritas e textos religiosos que se põe ao vento, para que o vento leve embora as preces. O budismo tibetano predomina nessa região e os templos e menininhos vestidos com aqueles rakusus, que sao aqueles mantos vermelhos usados pelos monges budistas. Aii é de encher os olhos!


Curso de ensinamentos do Budhismo Tibetano

Tão lindinhos

Figuraça que a gente encontrou..

Um pouquinho da beleza de Leh


Templo Budhista


Mongoliando

Enquanto estávamos em Leh, passamos dois dias em Tuk-Tuk.. um vilarejo que há uns 40 anos atrás pertencia ao Paquistão, mas que agora pertence a India. Um vilarejo praticamente desconhecido. Um lugar simples, de uma beleza de se emocionar e com um povo tão lindo quanto a vista que tem por lá.. mas vou deixar os detalhes pro próximo post :)

From Manali to Leh: eu sobrevivi

ééé painho, foi fácil não..
Então, saimos às 2h da madruga.. numa van com um grupo de indianos muito feliz e animado até mesmo de madrugada e uma menina que dormiu que nem um anjo a viagem inteira (ôô inveja). Nossa van tinha uma musica ambiente a la India que Deus do céu, devo ter cagado na cruz! Vou por o som pra vocês curtirem enquanto eu conto minha viagem fantástica.


Delícia essa musiquinha deles, não?


hahaha.. olha que amor, contando carneirinhos!

Olha, o caminho era lindo.. passamos por paisagens de encher os olhos. Incrível, demorou pra cair a ficha de que eu tava no meio dos Himalaias. Acho que foi o balanço "gostoso" da van naquela estradinha mara..
A viagem era pra ser de 26h, mas foi de 41h.. delicia né? aham, ta só começando..
Primeira parada pra almoçar. Uma comida que não gosto nem de lembrar.. foi aí que tudo começou e essa foi meu ultimo momento 'enjoying the journey':


Depois disso, eu dormi e quando acordei ja tava me sentindo mal.. Dor por todo meu corpo, sensação de gripe, muita dor de barriga, enjoada e uma puta dor de cabeça (não estou exagerando.. foi bem assim mesmo, tudo junto). Passei mal algumas vezes, vomitei, até que resolvemos que precisavamos encontrar um médico pra mim e pro outro menino que também estava se sentindo mal e vomitando, ali mesmo, no meio das cordilheiras.. melhor dizendo, no meio do nada! E não é que encontramos.. um acampamento militar literalmente no meio do nada. Mediram minha saturação e eu estava com 64% de saturação (normal é a partir de 91%), beleza. Foi aí que abri  o berreiro hahah. Recebi oxigênio e voltamos pra um acampamento, tipo um vilarejo e passamos a noite em umas barracas lá pra seguir viagem no dia seguinte. Passei mal a noite inteira, mas no dia seguinte eu tava feliz porque iríamos começar a descer e então eu ia finalmente poder repirar de novo. Só esqueceram de me avisar que antes a gente passaria pela 2a estrada mais alta do mundo! Essa parte foi engraçada porque mesmo passando mal, o Francis me fez tirar uma foto do lado da plaquinha.. já que eu tava lá né! Tá no inferno, abraça o diabo! E a foto saiu perfeeeeita! hahahahah A primeira foto eu sai sorrindo, ai quando ele terminou de tirar, voltei pra minha cara de enjoo das ultimas 10h e ele tirou a segunda foto, que ficou a cara da Luiza! hahahah


Unbelievable is not it? Éééé.. total unbelievable! hahah

Mas pra vocês não pensarem que foi tão ruim assim, vou dar só um golinho das paisagens. E vale salhentar que nada, foto ou filmagem nenhuma, chega aos pés do que os olhos podem registrar!



Nosso acampamento.


Banheiro só pra clientes.. não pensa que era grande previlégio..